Hoje começa uma série de posts produzidos pelos alunos do Curso de Engenharia de Alimentos na disciplina de Toxicologia e Higiene dos Alimentos. E para começar, uma polêmica: a adição de hormônios à carne de frango é uma realidade ou uma fantasia? Com a palavra as alunas Jane Nogueira, Cecília Bogies e Emanuelle Menegotto.
A
carne que consumimos, principalmente de frango industrial, está cada dia mais
polêmica quanto ao uso ou não de hormônios. Neste post vamos explicar se há ou
não adição de hormônios nas carnes de animais de corte.
Os
hormônios são substâncias produzidas pelos órgãos endócrinos, sendo então,
transportados livremente pela corrente sanguínea. Já a secreção exócrina vai para o exterior do
organismo ou para o trato gastrointestinal (eliminado nas fezes). Podem ser
hormônios, também, as substâncias produzidas pelos neurônios, sendo eles
responsáveis por sensações como de bem-estar e felicidade, como é o caso da
serotonina.
O
mito envolvendo a carne de frango está relacionado à utilização de hormônios de
crescimento, que são sustâncias a base de proteína, que quando utilizados na
alimentação dos frangos, não possui o efeito desejado (crescimento) pois são degradados pelo trato gastrointestinal. E não
poderiam ser injetados, pois para surtir efeito a aplicação teria que ser
diária, o que gera muito transtorno, custos elevados e tempo, além do estresse
causado nos animais. Como se pode verificar com as informações anteriores, é inviável a utilização de hormônios na carne de frango, além de que no Brasil os
hormônios de crescimento são proibidos, não havendo possibilidade de uso na
produção industrial.
O
abate de frangos de corte de produção industrial é possível em 40 a 45 dias,
devido a melhoramentos genéticos, ou seja, a partir de estudos com escolha das melhores
espécies para o rápido ganho de peso e a uma alimentação balanceada em cada
etapa do crescimento (nada a ver com transgenia). Já na criação de aves “caipiras”, o
consumo de uma ração balanceada que contenha todos os nutrientes, vitaminas e
minerais necessários para o crescimento, fica restrito a períodos em que as
aves procuram abrigo para a noite ou para se refugiarem do calor. Isto aumenta
consideravelmente o tempo para o abate.
Imagem de uma criação de frango de corte.
Imagem de uma criação de galinha caipira.
A
capacidade de crescimento dos frangos aumentou cerca de 65% entre 1930 e 1996,
diminuindo cerca de 50% a quantidade de ração consumida e o tempo de crescimento,
que era de 105 dias em 1930, passando para 45 dias em 1996 (DOMINGUES; DIEHL, 2012).
1930 Anos 90
Bovinos
e suínos também passam por este mito, uma vez que, a produção para abate destes
animais se dá em currais ou pocilgas, muitos acreditam que sejam utilizados
hormônios para acelerar o crescimento e a engorda destes animas. Fato que não é
verdadeiro, pois, do mesmo modo que os frangos estudos revelam que, para surtir
efeito satisfatório, seriam necessários pulsos diários de injeções
intramuscular ou intravenosa para que os animais respondessem positivamente.
Para estes, também o uso de tais substâncias é proibido por lei, no Brasil e em
vários outros países.
Portanto,
a carne de frango entre outras, produzidas industrialmente não possuem
hormônios, ela é uma escolha das melhores espécies das linhagens e possui
alimentação balanceada em cada etapa do crescimento, isto leva por terra, a
falsa ideia de que consumimos carne com presença de hormônios e que, isto afeta
a saúde do consumidor.
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