quarta-feira, 4 de março de 2015

O cigarro eletrônico e o narguilé: amigos ou vilões da toxicodependência em tabaco?

   Todo mundo sabe que fumar tabaco faz mal para a saúde. Não há debates sobre isso. Basta comparar a capacidade de expansão de um pulmão de fumante ao receber oxigênio e de um ser humano não fumante que é fácil perceber o porquê as pessoas que fumam tem uma menor resistência.



   Há algum tempo a legislação tem sido cada vez mais restritiva com os fumantes. Isto, ao meu ver, é um grande avanço para a saúde pública, pois sabemos que o fumante passivo, que recebe a corrente secundária, tem grandes prejuízos ao se expor a uma fumaça sem filtro e involuntariamente. Porém, para os fumantes, ficar sem fumar é uma verdadeira tortura. E neste contexto, surgiram os e-cigarettes, ou cigarros eletrônicos.

  O que é um cigarro eletrônico?
  É um vaporizador eletrônico que funciona com uma bateria e promove uma sensação muito semelhante ao cigarro convencional. Estes cigarros possuem um atomizador que produz um aerossol (frequentemente descrito como vapor) através do aquecimento. Alimenta-se o cigarro eletrônico com o e-líquido, que frequentemente é composto por uma mistura de propilenoglicol e glicerina, podendo ou não conter nicotina. Como este cigarro não produz aquela fumaça mal cheirosa, o seu uso é permitido em aviões, por exemplo. No Brasil, em 2009, a ANVISA, através da RDC 46, proibiu a comercialização destes dispositivos. Ainda assim, por aqui ele já tem uma certa popularidade, sendo adquirido via importação.


Assim são os e-cigarettes por dentro. Possuem um recipiente onde coloca-se o e-líquido, um atomizador que vaporiza o e-líquido ao aquecê-lo, uma bateria e pode ter uma luz de led que imita um cigarro aceso (fica meio bizarro!).


Este é um e-cig de primeira geração. Ele é muito parecido com um cigarro convencional, e na ponta pode ter uma luzinha que acende conforme a pessoa traga.


Este é um e-cig de segunda geração. Podem ser coloridos, nas mais diversas cores.

   Quando este cigarro surgiu, foi criado por um cientista chinês que perdeu o seu pai para o câncer de pulmão. De fato estes cigarros surgiram com um apelo de serem seguros (afinal não apresentam liberação de monóxido de carbono e nem resíduos de alcatrão). Alguns cientistas defendem que são uma boa alternativa para as pessoas que gostariam de deixar de fumar. Esta corrente alega que eles devem ser prescritos nestas situações e explorados como um método importante na saúde pública, na política de redução de danos. Afinal, além da dependência química da nicotina, o hábito social de fumar é algo que não pode ser negligenciado. Utilizando um e-cig, pode-se reduzir gradualmente a quantidade de nicotina presente no e-líquido, e até mesmo fumar cigarros sem nicotina, mantendo o hábito social do "fumar". Além disso, ele perturba muito menos as pessoas que não gostam da fumaça (por experiência própria! Odeio cheiro de cigarro e não me importo com o e-cig). 

   Mas e aí, o e-cig é seguro ou não é?

- De fato, até o momento, as evidências mostram que o e-cigarette é mais seguro do que os cigarros convencionais. Por que? Há uma frase que explica isso muito bem: "as pessoas fumam nicotina, mas morrem de alcatrão." Embora a nicotina tenha um perfil toxicológico bem conhecido (aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição e consequente aumento da pressão arterial), a maior toxicidade do tabaco é associada ao alcatrão e outras toxinas presentes no cigarro convencional, ausentes no e-cig.
   Então, atualmente, o debate é se estes cigarros devem ser explorados ou proibidos. Em 2014, a FDA se manifestou dizendo que como ainda não se conhece a toxicidade a longo prazo desta modalidade de cigarros, é preciso ter cautela. Por isso, embora se reconheça que trocar um cigarro convencional por um e-cig pode ser um avanço, é preciso regulamentar o seu uso. Ou seja, até o momento, temos algumas evidências mostrando que eles são mais seguros do que os cigarros comuns. Porém, não conhecemos os seus efeitos a longo prazo pois a inalação de propilenoglicol e glicerina com este padrão (doses, frequência e tempo) é relativamente nova. 
 Quando questionado sobre os e-cig, Stanton Glantz, do departamento de controle tabágico da Universidade da Califórnia disse (tradução livre feita por mim):


"Sim, os níveis de exposição a substâncias tóxicas que um e-cig gera são menores, mas existem vários compostos carcinogênicos sendo identificados e nós ainda não identificamos todos os compostos presentes nestas formulações.  Eu não compro o argumento de adotar uma política de redução de danos com os tabagistas utilizando e-cig. Se você tem uma sala com muitas pessoas utilizando e-cigarettes, você ainda estará sendo exposto a um vapor poluente. Comparado com o ambiente gerado pelo cigarro tradicional, o ambiente não é tão ruim. Comparado com o ar limpo, é." 

   Um fator importante a ser considerado neste debate é que a popularidade dos e-cigarettes aumentou o seu consumo também entre adolescentes. E nestes casos, vale lembrar que e-líquidos contendo nicotina também apresentam potencial de dependência, especialmente complicada nesta fase da vida. 
    No ano passado, houve um grande aumento dos registros de problemas relacionados aos e-cig  nos centros de informações toxicológicas americanos. Noventa e cinco por cento destas ocorrências envolvem crianças maiores que 5 anos. Cinquenta e oito por cento das ocorrências são devido a efeitos adversos dos cigarros eletrônicos, geralmente relatados como vômito, náusea e irritação ocular. Houve ainda um caso registrado de suicídio após a injeção intravenosa do e-líquido (caso extremo e intencional)
   A adição de essências com sabores de menta, framboesa, etc, nos cigarros contribui para o aumento da popularidade entre crianças e adolescentes  uma vez que é um apelo muito forte para o paladar infantil/adolescente.

                                         E aí entra o narguilé (da figura ao lado).


Este é um dispositivo originário da Índia e utilizado para fumar uma mistura de tabaco com essências flavorizantes, que é aquecido. Antes de ser inalada, a fumaça passa por um filtro de água e por isso é erroneamente considerado mais seguro. A água não tem capacidade de "filtrar" os compostos tóxicos e cancerígenos do tabaco.  Considerando que uma rodada de narguilé tem um tempo de duração muito maior que fumar um cigarro, a exposição também é maior através deste dispositivo. Pior ainda: como geralmente os compostos utilizados como fonte de aquecimento são derivados de carvão/madeira/brasa, o monóxido de carbono e outros sub-produtos tóxicos são gerados neste processo.
  



   Então, a ANVISA suspendeu a venda de pedras aromatizadas para fumar narguilé devido a estes argumentos e ao forte apelo aos jovens. O aroma agradável mascara a quantidade de toxinas que estão sendo inaladas.


  Campanha do Ministério da Saúde, visando esclarecer os riscos do narguilé.

2 comentários:

  1. Fumos desde os 16 anos fiz exame dos pulmões estão zero bala o medico faltou aplaudir. agora vai lá pega um o de um fumante quero ver se não vai dar nenhuma alteração .. o povo só sabe falar , estudos ultrapassados e de fonte meia boca .. ate hoje num vi um com problema de pulmão por causa de narguilé , narguilé esse que é cultura na índia la você ve aqueles velho de 80 anos fumando tranquilo numa boa fumo a vida toda e ta la tranquilo .. o que faz mal é narguile sem higiene sujo com fungos e bacterias ai sim faz mal inalar isso

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