sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Experimento simples, para fazer em casa e estimular os pequenos cientistas


   Atenção pais, mães, avós, dindos e tios! 
  Como estamos no período de férias escolares das crianças e com a chegada do final de semana, quando os adultos invariavelmente conseguem alguma folga, o post de hoje é um convite ao estímulo de pequenos cientistas. Trata-se de uma experiência muito simples e fácil de fazer em casa que permite verificar se as frutas auxiliam ou não na digestão. Apesar da simplicidade, é muito interessante e pode ser repetida com várias combinações de frutas. A criatividade é o limite! Acredito que possa ser uma boa forma de passar um tempo agradável e estimular o raciocínio científico das crianças.
   Conheci esta experiência através do vídeo disponibilizado no final deste post e até já realizei esta experiência em aula prática de uma turma muito querida na disciplina de Bioquímica de Alimentos no Curso de Engenharia de Alimentos. 

Para a experiência, você vai precisar de:

Fruta que você queira testar. O legal é experimentar com uma fruta famosa por estimular a digestão (abacaxi, mamão) e outra que não tenha esta indicação. Em uma aula prática com alunos do curso de Engenharia de Alimentos, eles optaram por isolar diferentes partes da fruta, por ex: casca de abacaxi, semente de maçã... Pois caso a melhor atividade digestiva estivesse em partes não comestíveis, poderíamos pensar em isolar os compostos presentes nestes locais para melhor explorar esta atividade. Assim que nascem as descobertas! Outra possibilidade: explorar frutas maduras e a mesma fruta verde, combinações de frutas para ver se o efeito observado se mantém, etc...

- Peneira ou coador.

- Liquidificador.

- Fogão.

- Gelo ou geladeira.

- Pó para gelatina. 

- Colher de chá.

- Faca.

- Copos de vidro.

Como fazer:


  Solubilizar a gelatina em água e preparar os extratos de frutas que serão testados. Os extratos são preparados após trituração no liquidificador com um pouco de água. Sim, é isto mesmo: picar a fruta e processar no liquidificador. Após a trituração, coar e separar a parte líquida. Este é o extrato da fruta que supostamente contém as enzimas digestivas. 
  Se você estiver utilizando apenas uma condição (uma fruta), separe dois copos. Caso esteja utilizando mais do que uma fruta, o número de copos é sempre o dobro do número de frutas a testar.      Coloque cerca de 4 ml de gelatina ainda líquida em cada um deles. O volume não precisa ser rígido, mas o ideal é que você coloque o mesmo volume nos dois copos. Em um dos copos, acrescente metade do volume anterior de água. No outro copo, acrescente também metade do volume de gelatina do seu extrato enzimático (fruta que você quer testar). Armazene os tubos em gelo ou na geladeira e espere a gelatina adquirir a consistência de gel.
   O tubo incubado com água deverá geleificar, pois adicionamos apenas água. Este tubo é o controle da nossa reação. Quando a gelatina estiver geleificada neste tubo, retire todos os tubos do gelo/geladeira e compare. A gelatina incubada com o extrato da fruta encontra-se líquida ou gelificada?

   Considerando que os dois tubos continham os mesmos volumes, os mesmos componentes e foram incubados em gelo pelo mesmo tempo, a única coisa diferente entre eles é a presença do extrato da fruta ou a água. Sendo assim, se o extrato da fruta interferiu com o fenômeno que seria esperado ( geleificação da gelatina), é porque possivelmente possui uma atividade digestiva.

   Então, sobram algumas questões para discutir com a criança (não importa que idade ela tenha):

Por que a gelatina endurece?
A gelatina é fruto da hidrólise parcial do colágeno, que é uma proteína. Assim como a água muda de estado físico em diferentes temperaturas, o colágeno possui a propriedade de estar no estado sólido no frio e líquido no calor. Ao hidratar essa proteína (solubilização do pó da gelatina com água) sob aquecimento, suas partículas se separam. Ao colocá-la a uma temperatura inferior a 30ºC, forma-se um gel porque as partículas conseguem ficar unidas novamente. Porém, como estão hidratadas, moléculas de água encontram-se aprisionadas na estrutura, conferindo a consistência de um gel.

Por que o extrato enzimático impediu a formação do gel de gelatina?
Porque as enzimas presentes no extrato enzimático são capazes de romper (digerir) a cadeia de proteína.

Contextualizando:
Quando nos alimentamos com uma refeição rica em proteínas, como um churrasco, a sabedoria popular recomenda o acompanhamento de um suco de fruta para facilitar a digestão. Se a fruta testada interfere na solidificação da gelatina, esta aplicação se confirma!

  Abaixo um vídeo demonstrando esta experiência. O vídeo foi produzido pela Universidade Estadual de Campinas.




 

Outras experiências interessantes:
www.pontociencia.org.br

4 comentários:

  1. Com certeza vou testar com o Rafael. São experiências que vão construindo um pequeno cientista!!!

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  2. Alguém disse e eu concordo: viver é ter curiosidade. Bom professor é aquele que desperta a curiosidade interna do aprendiz, pois essa vontade interna tem uma força incomum.

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  3. Perfeito, também acredito nisso! Entendendo por esta lógica a educação liberta e promove autonomia!

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